Alcabideche (Cascais), Portugal, 24 de maio de 2025.
“… Não fui desobediente à visão celestial” (Atos 26.19)
Amados irmãos e companheiros na obra missionária,
Que a graça e paz de nosso Senhor Jesus Cristo vos sejam multiplicadas.
Para exercer o ministério com mais liberdade e respaldo em Portugal, fui recebido anos atrás como membro da Ordem dos Pastores Baptistas do país, que reúne pouco mais de 70 pastores de diferentes convenções e nacionalidades, incluindo portugueses, brasileiros e outros.
Cerca de metade desses líderes tem mais de 65 anos, evidenciando a dificuldade das igrejas locais em formar novas lideranças para cuidar das congregações e plantar novas igrejas. Além da escassez de obreiros, muitos pastores acumulam a responsabilidade por duas ou mais igrejas, reflexo também de uma resistência cultural à integração de líderes estrangeiros.
Entre os batistas portugueses, observa-se certa relutância em acolher pastores de outras nacionalidades, como brasileiros ou angolanos, devido a diferenças teológicas, culturais, de estilo de liderança e pelo desejo de preservar a identidade nacional das igrejas. Experiências negativas anteriores também alimentam esse clima de desconfiança. Ainda assim, o cenário atual exige cooperação mais ampla. A escassez de pastores portugueses e a necessidade urgente de formar novos obreiros tornam inevitável a integração de líderes estrangeiros na missão.
Logo no início do nosso trabalho, procurei a liderança de missões da Convenção Baptista Portuguesa, oferecendo apoio às igrejas que precisassem de apoio ministerial, ainda que pontualmente. A resposta foi direta: “não havia necessidade” — que, na prática, significava “não haveria oportunidade”.
Esse tipo de atitude, infelizmente, não se limita a Portugal. Em muitos contextos, as estruturas eclesiásticas funcionam como oligarquias, nas quais somente aqueles inseridos em círculos restritos de influência têm acesso a oportunidades ministeriais. Apesar desses obstáculos, é inegável o papel decisivo dos brasileiros na propagação do evangelho em Portugal.
Em muitas igrejas evangélicas, já constituem a maioria dos membros e sustentam boa parte das atividades ministeriais. A saída de muitos brasileiros, em épocas passadas, levou ao fechamento de várias congregações, revelando uma dependência real — tanto numérica quanto funcional. Embora essa realidade traga frustrações, seguimos firmes na missão que o Senhor nos confiou, aproveitando cada oportunidade para tornar conhecido o seu nome, por ser Ele quem abre as portas (Ap 3.7).
Somos gratos à Igreja Baptista de Cascais pelas valiosas oportunidades de servir na obra missionária em Portugal, e, sobretudo, ao Senhor, que tem nos concedido graça para cumprir esse chamado. Fiéis ao propósito do nosso projeto “Didasko” — palavra grega que significa “ensinar” ou “instruir” — temos buscado alcançar e edificar vidas, não somente em Portugal, mas também em diversos outros lugares por meio do nosso ministério.
Neste início de mês, publiquei na Amazon meu novo livro: Seguindo a Cristo: Fundamentos da Fé Cristã. Trata-se de um manual bíblico e prático, escrito com linguagem simples e objetiva, voltado a novos discípulos que estão dando os primeiros passos na fé. O livro nasceu do desejo de oferecer um material fiel às Escrituras, relevante para o nosso tempo e acessível a todos.
Um dos principais desafios foi elaborar um conteúdo teologicamente sólido e, ao mesmo tempo, aplicável em diversos contextos de discipulado, respeitando as diferentes posições teológicas entre igrejas evangélicas. Tudo foi escrito com base no compromisso de tornar a fé cristã compreensível, prática e fundamentada na Palavra de Deus (2 Tm 3.16-17; Cl 2.6-7).
Por favor, orem:
* Pela saúde física, emocional e espiritual de toda nossa família;
* Pelos desafios espirituais de Portugal;
* Pela melhoria das economias brasileira e portuguesa;
* Por novos mantenedores para nos apoiarem no nosso sustento mensal;
* Por sabedoria e direção de Deus para os nossos passos e planos.
Somos imensamente gratos a todos os queridos irmãos, pastores e igrejas que têm nos apoiando na obra missionária. Que Deus continue abençoando grandemente e recompensando a fidelidade e constância de cada um dos queridos irmãos.
Com gratidão,
Pr. Paulo Henrique e família
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Nossas contas pessoais (em nome de Paulo Henrique P. Cunha):
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